Véspera de Natal, início da tarde, nos - então - novíssimos estúdios da Rádio Azul (1986). Damo-nos conta que não tínhamos nada alusivo à quadra, para o nosso programa de informação, Gazeta da Tarde. Num ápice e com meia duzia de telefonemas, chama-se toda a redacção à base, onde só estavamos de serviço eu e o Jorge Simões. Redacção reunida, definem-se estratégias. Vai tudo para rua fazer reportagens, exceptuando os dois que estavam na escala. Coube-me fazer noticiários e a própria Gazeta, enquanto que o Jorge Simões (que ainda por cima precisava de sair mais cedo) iria gravar rm's. Os outros companheiros iriam conciliar as reportagens com as compras (de última hora) de Natal.
A tarde avançou no tempo, o Jorge saiu deixando algumas rm's prontos para irem para o ar e de repente fiquei sozinha. Com um programa de uma hora para fazer e sem saber muito bem o que fazer. O material disponível daria para quinze ou vinte minutos. Às 19h entrei no ar. Angustiada! Ninguém dava sinal de vida, ninguém chegava com reportagens e o material estava rapidamente a esgotar-se.
Passava o penúltimo "rm" disponível e de repente, todos os repórteres invadem o estúdio e em vez de começarem a montar o material, resolveram mostrar-me o que tinham feito. Todos ao mesmo tempo! O "rm" que estava no ar, estava a acabar e... acabou. Gritei pelo intercomunicador para o técnico "cola a publicidade" e na precipitação abri o microfone enquanto dizia "despachem-se p..., vão montar essas coisas, m..., eu ouço tudo quando estiver a passar... p..., despachem-se!" E fiquei por aqui, quando me dei conta das expressões de espanto dos meus colegas. Estava sem "phones" e não me dei conta que tudo o que eu tinha dito, tinha saído na antena!
(...)
O meu desabafo surtiu alguns efeitos. Os repórteres foram todos para a redacção tratar das reportagens que por artes mágicas começaram a entrar em tempo recorde.
No final do programa, fiquei a saber que, por causa dos "palavrinhos" que eu tinha proferido em directo, o policia sinaleiro da Avenida dos Combatentes, esteve prestes a ser atropelado. Pela Mila de Matos (directora comercial da R.A.). Quando ouviu o meu primeiro desabafo, achou que não tinha ouvido bem e procurou sintonizar o rádio. Com o carro em andamento e felizmente que seguia devagar. Quando confirmou que era mesmo eu que estava a desabafar também se deu conta que ou travão a fundo, ou policia atropelado. Abençoado travão!
N.B. No dia do jantar dos 25 anos da rádio, comentei esta história com algumas pessoas. Entre elas o Luís Monteiro e o João Melo. E comentei também que - à excepção da Mila - mais ninguém me chamou para atenção para os desabafos em directo. Resposta do João Melo: "Só disseste isso? Claro que ninguém ralhou contigo, ora! Esses palavrões eram pacíficos comparados com os que muito boa gente proferiu, de microfone aberto!".
A tarde avançou no tempo, o Jorge saiu deixando algumas rm's prontos para irem para o ar e de repente fiquei sozinha. Com um programa de uma hora para fazer e sem saber muito bem o que fazer. O material disponível daria para quinze ou vinte minutos. Às 19h entrei no ar. Angustiada! Ninguém dava sinal de vida, ninguém chegava com reportagens e o material estava rapidamente a esgotar-se.
Passava o penúltimo "rm" disponível e de repente, todos os repórteres invadem o estúdio e em vez de começarem a montar o material, resolveram mostrar-me o que tinham feito. Todos ao mesmo tempo! O "rm" que estava no ar, estava a acabar e... acabou. Gritei pelo intercomunicador para o técnico "cola a publicidade" e na precipitação abri o microfone enquanto dizia "despachem-se p..., vão montar essas coisas, m..., eu ouço tudo quando estiver a passar... p..., despachem-se!" E fiquei por aqui, quando me dei conta das expressões de espanto dos meus colegas. Estava sem "phones" e não me dei conta que tudo o que eu tinha dito, tinha saído na antena!
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O meu desabafo surtiu alguns efeitos. Os repórteres foram todos para a redacção tratar das reportagens que por artes mágicas começaram a entrar em tempo recorde.
No final do programa, fiquei a saber que, por causa dos "palavrinhos" que eu tinha proferido em directo, o policia sinaleiro da Avenida dos Combatentes, esteve prestes a ser atropelado. Pela Mila de Matos (directora comercial da R.A.). Quando ouviu o meu primeiro desabafo, achou que não tinha ouvido bem e procurou sintonizar o rádio. Com o carro em andamento e felizmente que seguia devagar. Quando confirmou que era mesmo eu que estava a desabafar também se deu conta que ou travão a fundo, ou policia atropelado. Abençoado travão!
N.B. No dia do jantar dos 25 anos da rádio, comentei esta história com algumas pessoas. Entre elas o Luís Monteiro e o João Melo. E comentei também que - à excepção da Mila - mais ninguém me chamou para atenção para os desabafos em directo. Resposta do João Melo: "Só disseste isso? Claro que ninguém ralhou contigo, ora! Esses palavrões eram pacíficos comparados com os que muito boa gente proferiu, de microfone aberto!".
Boa partilha!!!Obrigada
ResponderEliminarComentário atrasado do João Melo, que só agora leu:
ResponderEliminarObrigado por me lembrares isso, Adelaide!
E esta não foi a única vez que abriste o microfone para dizer palavrões!
ResponderEliminarLembro-me bem de uma vez que eu estava com a Mila no departamento comercial e ouvimos-te a chamar uma série de nomes feios ao técnico de serviço, que não me lembro quem era, para ele meter a m... do rm.
Toda a gente correu para os estúdio, os telefones não paravam de tocar, os chefes foram à rádio, enfim, por azar toda a gente estava a ouvir a rádio no momento em que a Adelaide se enganou no botão e em vez de ligar o intercomunicador para falar com a régie ligou o microfone...
Acontece aos melhores!!!