24/09/10

Obrigada Maria Adalgisa… Graças a si tivemos uma cadeira nova no estúdio!

Quando cheguei à rádio Azul confesso foi a “figura” que mais me impressionou, pela história de vida, pelo que já tinha já feito em rádio, nomeadamente em África.
Ao pensar na rádio Azul, penso automaticamente na Maria Adalgisa, sempre bem-disposta lá chegava com o seu saco de almoço…
Sim! Fazer o clube da tarde entre a 13 e as 15 horas tinha obrigatoriamente que comer na rádio, principalmente no final de cada semana uma vez que gravava emissões de fim-de-semana em bobine.
Guardo a recordação da “nossa” Maria Adalgisa, com o seu almoço no estúdio 3 (o mais pequeno nas instalações da baixa de Palmela).
Independentemente da ementa a sua garrafinha de vidro amarelado lá trazia um bom tinto, se calhar o segredo, da “nossa” Adalgisa, sempre teve uma voz deslumbrante, límpida, com uma dicção e melodia invejável.
Gostava de partilhar convosco um episódio na minha opinião no rol dos melhores que aconteceram nas instalações da Baixa de Palmela.
Reporta-se ao tempo do vinil. Não me lembro quem era o técnico, acho que o Jaime Silva, Nuno Fernandes estava na assistência técnica. Como estava a preparar a Ocidental Praia entrava e saída da régie, esqueci de referir que há muitos meses que a cadeira do estúdio tinha uma roda solta…
Todos nós sabemos que estes pormenores de manutenção demoravam uma eternidade a ser resolvidos… Tínhamos que ser nós locutores a estrategicamente colocar a cadeira na posição certa, isto é com a roda partida para a frente.
Sou péssima para situar acontecimentos mas lembro da hora 13:30…O som da rádio ligado na régie, eu e o Nuno Fernandes de conversa na régie… até que ouvimos um barulho enorme, para terem ideia… ambos saltamos com o susto…
Imediatamente olhámos para a Maria Adalgisa, não a vimos sentada na cadeira.
O Jaime Silva (técnico) tinha ido à redacção… vem a correr… “tamos em branca gritava…”
Após a aflição do Jaime ouvimos via rádio….
«Ai… ai… ponha-me o Marco Paulo a tocar… ai… ai….»
A nossa Maria Adalgisa estava no chão, tinha caído para trás… o micro estava aberto… azar, o vinil era um 45 rotações, (alias ela usava pouco o vinil 33, já tinha dificuldade em ver as linhas que separavam cada faixa)
Resumindo a “nossa” Adalgisa não colocou estrategicamente a roda da cadeira para a frente… quando abriu o micro para falar inclinou-se ligeiramente para trás, a cadeira ficou sem apoio… e caiu… mesmo assim e porque percebeu que a emissão estava em branca, mesmo no chão, preocupou-se em lançar outro disco para o ar!
Na hora não sorrimos se quer… mas depois…. Bom! …
Este episódio foi recordado durante muitos meses, principalmente porque no dia seguinte a administração da rádio Azul brindou os seus locutores com uma cadeira nova de estúdio.
A Maria Adalgisa sofreu umas pequenas nódoas negras, nada de mais felizmente; Ainda hoje consigo visualizar a cena… vê-la no chão mais preocupada em colocar o disco do ar do que em levantar-se do chão.
Passando estes 2 ou 3 minutos lá tocou finalmente o Marco Paulo, com as taras e manias, ao longo da tarde trabalho extra para o Nuno Fernandes, o telefone tocava sistematicamente, os ouvintes ficaram preocupados com a queda da Maria Adalgisa, de micro aberto, todo o episodio foi para o “ar” inclusive o estrondo da queda!

Obrigada Maria Adalgisa! Pela cadeira … e claro por esta recordação!

4 comentários:

  1. A "nossa" Adalgisa era uma senhora sensacional. Embora a larga experiência, era de uma humildade e simpatia que conquistavam quem quer que entrasse na Azul para trabalhar. Lembro-me perfeitamente do episódio da cadeira! O que nos rimos depois disso! E recordo também a Gisa e dizer vezes sem conta que a seguir iria passar o tema dos dez centímetros cúbidos, sempre que se referia ao mítico grupo 10cc.

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  2. :-)
    Obrigado pela recordação.

    Grande senhora da rádio era a Adalgisa.

    E lembram-se quando o Jorge Simões quis que o programa dela se chamasse Adalgésico?

    Aliás, ela já passava grande parte do tempo a dormir, sobretudo durante as gravações, e tinha que ser o técnico a acordá-la quando as músicas estavam a chegar ao fim.

    Velhos tempos... ;-)

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  3. Pedro, foi o Armando... já nem lembrava :)

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